Turismo de observação garante preservação ambiental
Roteiro ecológico
Atividades
proporcionam educação ambiental para visitantes, promovem conservação e
geram emprego e renda para os moradores da região
Em Porto de Pedras
(AL), o trabalho da Associação Peixe-Boi, que realiza atividades e
serviços envolvendo a comunidade na proteção do animal e no atendimento a
visitantes, colocou o distrito de Tatuamunha no mapa do turismo
alagoano e da proteção da espécie ameaçada de extinção.
O roteiro
ecológico faz parte das opções de passeios turísticos da Costa dos
Corais, Área de Proteção Ambiental, que vai de Maceió (AL) até Tamandaré
(PE), e envolve 13 municípios. São 135 quilômetros de costa rica em
capim agulha, alimento do peixe-boi no ambiente marinho preservado.
A
comunidade recebe em média 70 visitantes por dia. Durante o passeio de
jangada no rio Tatuamunha, o turista acompanha a interação entre os
peixes-boi marinho, sua reprodução, alimentação e descanso. O mamífero
aquático mais ameaçado de extinção - existem somente 500 na costa
brasileira - podem viver até 50 anos e chegam a medir 4 metros e pesar
até 600 quilos.
O passeio de contemplação inclui, ainda, a beleza e
riqueza da biodiversidade do mangue, considerado o berçário do oceano. O
caranguejo Uçá e o Goiamum estão entre as iguarias retiradas do mangue
pelos ribeirinhos. A visita de observação ao peixe-boi também beneficia
outras atividades como a produção artesanal e o trabalho de pescadores,
condutores e remadores.
Assim como em Porto de Pedras, o turismo no
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha tem entre os destaques do
roteiro ecológico a observação de golfinhos rotadores. O arquipélago
tem a maior concentração da espécie no mundo. É a região onde os
mamíferos aquáticos em vida livre estão mais acessíveis para a
população, por meio do turismo. Em 2016, o parque recebeu 91 mil
visitantes.
Tamar
O projeto que revolucionou a luta pela
preservação das tartarugas marinhas e as belezas naturais fez da praia
do Forte, em Mata de São João (BA), um dos principais destinos
turísticos do Brasil. O museu do Tamar recebe 600 mil turistas por ano.
Além da conservação e pesquisa, o projeto promove a educação ambiental
nos ecossistemas marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável
comunitário.
O exemplo da praia do Forte se repete em 25 bases de
nove estados ao longo de 1,1 mil quilômetros de costa. A observação nos
períodos da desova e do nascimento dos filhotes faz parte do roteiro
turístico. A visitação se repete nas unidades com potencial turístico. O
litoral de Sergipe possui a maior concentração de ninhos de tartaruga
no País. Já a base de Florianópolis encerrou 2016 com mais de um milhão
de visitantes.
Baleia Jubarte
O turista também encontra na praia
do Forte um espaço informativo e interativo sobre a baleia Jubarte (o
outro fica em Caravelas, no sul do estado). A costa da Bahia,
principalmente o arquipélago de Abrolhos, na divisa com o Espírito
Santo, é o maior berçário da espécie. A observação das baleias de perto,
pelos turistas, ocorre no período de reprodução, de julho a agosto, e
no extremo sul do estado até novembro.
Comportamentos típicos, como a
espiadinha na superfície e as brincadeiras com as nadadeiras encantam
os turistas que se aventuraram em 187 cruzeiros realizados em 2016 para
encontrar as ilustres visitantes de 16 metros e 40 toneladas em alto
mar. A costa do Brasil chega a receber a visita de 9 mil animais por
ano.
A avistagem é uma ferramenta eficiente de conservação das
baleias, agregando valor econômico à sua proteção. Entre as vantagens do
turismo de observação estão impacto ambiental mínimo; caráter
educativo; geração de emprego e renda para ambientes remotos e de pouca
atividade comercial; incentivo ao setor hoteleiro; contribuição para
pesquisa científica e sensibilização da população para o desenvolvimento
sustentável.
Outros destinos de observação das baleias jubarte são: Itacaré, Morro de São Paulo e Porto Seguro, todos na Bahia.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Turismo